Dois, inteiros.

O amor, depois de um grande amor, muda.
Torna-se mais leve. Mais sereno. Mais maduro, assim espero.
Já não chega com aquela urgência de posse, nem com tantas exigências ou cobranças.
Com o tempo (ou com a dor), aprendemos que ninguém pertence a ninguém.

Se não aprendermos da melhor forma, a vida encarrega-se de nos ensinar da pior.
E a verdade é que não temos a vida toda para repetir os mesmos erros.

Por isso, o que vem depois tem de ser diferente.
Com mais escuta. Mais presença. Mais verdade.
Menos ego, mais entrega.
Menos medo, mais cuidado.

Ninguém ama da mesma forma duas vezes — e talvez seja isso que nos salva.
Porque crescer é isso: aprender a amar melhor.
Com mais consciência.
Sem pressas. Sem jogos. Sem barreiras.

Apenas amor. Simples, mas inteiro.

E não, não quero essa ideia de que “somos um”. Não somos.
Somos dois. E que assim continuemos, até onde der.
Quero ser um apenas quando estivermos colados.
Fora isso, quero ser sempre dois: inteiros, livres, e a escolher ficar.

C.M

Próximo
Próximo

Entre o drama e o deboche